16/06/2020 - Há casos confirmados do novo coronavírus em 573 das 853 cidades de Minas Gerais, número que corresponde a 67% dos municípios do estado. A interiorização da doença preocupa as autoridades sanitárias. Nesta segunda-feira, em reunião na Assembleia Legislativa, o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Eduardo Luiz da Silva, destacou o temor causado pelo avanço da COVID-19 nas pequenas localidades.
“A grande maioria dos municípios tem menos de 10 mil habitantes. Nas duas últimas semanas, começamos a vivenciar o fenômeno da interiorização do vírus, com aumento de casos em cidades menores. Isso vai trazer impactos à rede assistencial”, disse Eduardo, durante audiência pública da Comissão de Saúde do Parlamento Mineiro.
Taiobeiras, no Norte do Estado, é exemplo do avanço do coronavírus no interior. Até o início deste mês, a cidade, de aproximadamente 33 mil habitantes, não tinha casos da doença. Tudo mudou quando uma idosa, moradora de asilo, testou positivo. Um dia após a confirmação, o município, entre moradores e funcionários da casa de repouso, já somava 19 registros.
O boletim desta segunda aponta 26 contaminados em Taiobeiras. Os óbitos estão zerados.
Segundo Eduardo, que ocupa a Secretária de Saúde da cidade, o novo coronavírus alterou sensivelmente a dinâmica enfrentada pelas gestões locais.
A ausência de leitos de terapia intensiva nos rincões de Minas é um dos principais problemas do sistema público de saúde. Em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, o Cosems criou 14 planos macrorregionais para traçar as estratégias necessárias a cada área. A capacitação de profissionais para o atendimento nas UTIs faz parte do processo.
O Estado tenta, junto ao Ministério da Saúde, a habilitação de 790 leitos adultos de UTI, além de 20 voltados ao acolhimento de crianças. O presidente do Cosems pediu apoio da Assembleia Legislativa para o credenciamento dos leitos junto à saúde federal.
Em Belo Horizonte, a expectativa é que, contando vagas de UTI e em enfermaria, sejam abertos 375 novos leitos na segunda quinzena deste mês. O objetivo é credenciar 1.222 novos espaços em julho.
Atualmente, 82% das unidades de terapia intensiva e 63% das enfermarias da capital mineira estão ocupadas.
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