22/10/2020 - O presidente Jair Bolsonaro disse na ultima quarta -feira(21 de outubro de 2020) que já mandou cancelar o protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac.
O anúncio do protocolo de intenções havia sido feito na ultima terça – feira ( 20 de outubro) pelo Ministério da Saúde após uma reunião entre o titular da pasta, Eduardo Pazuello, e governadores. O do Estado de São Paulo, João Doria, participou – o Butantan é vinculado ao governo paulista.
“Houve uma distorção por parte do João Doria no tocante ao que ele falou. Ele tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar se ele assinou. Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, afirmou Jair Bolsonaro.
O presidente deu a declaração durante uma visita a um centro militar da Marinha em Iperó.
Mais cedo, ele já havia afirmado em suas redes sociais que o governo não iria adquirir “vacina da china.
Após essa declaração, o ministério da Saúde fez um novo anuncio, por meio do qual o secretário – executivo da pasta, Elcio Fraco, disse que o protocolo da intenção firmada com o Butantan não tem caráter vinculante. Afirmou ainda que “não há intenção de compra de vacinas chinesas”. O ministro Pazuello não participou desse novo anúncio.
Depois, o ministério da saúde retirou do site da pasta o comunicado sobre o protocolo de intenções.
Durante a reunião com os governadores na terça-feira, o ministro Pazuello citou uma carta para o Butantan e falou em “compromisso da aquisição das vacinas que serão fabricadas até o inicio de janeiro”.
“Nós já fizemos uma carta em resposta ao oficio do Butantan e essa carta, ela é o compromisso da aquisição das vacinas que serão fabricadas até o inicio de janeiro, em torno de 46 milhões de doses. E essas vacinas servirão para nós iniciarmos a vacinação ainda em janeiro”, disse Pazuello.
Em um oficio datado na ultima segunda-feira, o ministro informou ao Butantam sobre a “intenção deste Ministério da Saúde em adquirir 46 milhões da referida vacina (Vacina Butantan-Sinovac/Covid-19), em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, ao preço estimado de US$ 10,30 (dez dólares e trinta centavos) por dose"
Antes do anúncio da possível compra da CoronaVac, o Ministério da Saúde havia dito que a previsão era ter 140 milhões de doses no primeiro semestre de 2021:
• 40 milhões via iniciativa COVAX Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS);
• e 100 milhões de doses via AstraZeneca/Oxford (além dessas doses, no segundo semestre, o governo pretende produzir 165 milhões de doses deste imunizante).
A CoronaVac está na terceira fase de testes. Nesta segunda-feira (20), o governo de São Paulo afirmou que 35% dos nove mil voluntários que participam dos testes no Brasil apresentaram reações adversas leves.
Segundo o governo, não houve registro de efeitos colaterais graves e a vacina pode ser considerada segura.
A informação faz parte de um estudo parcialmente apresentado em entrevista coletiva. O estudo, no entanto, não foi publicado em revista científica. Ainda não há dados sobre a eficácia da CoronaVac.
Segundo o governo, essas informações serão apresentadas até o fim do ano. Embora Doria tenha garantido anteriormente que a vacina começaria a ser aplicada em profissionais de saúde no dia 15 de dezembro, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na segunda que a data para liberação ainda é incerta.
Para ser aprovada pela Anvisa, é necessário que a eficácia da vacina também seja comprovada.
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